sexta-feira, dezembro 27, 2013

O Islão e os Muçulmanos

Foto tirada (por mim ou pela minha irmã) em Konya, Turquia

Não sei se todos sabem, mas sou estudante de Jornalismo na Lusófona, e no âmbito da cadeira de Técnicas de Expressão Televisiva foi-nos pedido um trabalho. Este trabalho consiste numa reportagem televisiva com duração de 3 minutos. Estou a fazer este trabalho com uma das minhas amigas, a Catarina Antão, e o nosso tema é o titulo deste post, o Islão e as mulheres Muçulmanas. Do qual venho falar, ainda genericamente hoje.
Temos passado maior parte do tempo na Mesquita Central de Lisboa, na Praça de Espanha, e sempre que lá vou aprendo algo sobre o Islão ou sobre os muçulmanos, em
si, a sua cultura e suas crenças.
Só ainda fizemos uma entrevista com a qual aprendi bastante (faltam duas) e hoje tivemos a sorte e privilégio de assistir às orações feitas na Mesquita pelas mulheres.
Na Mesquita as mulheres e os homens têm salas separadas para fazer as suas orações, é impensável misturar ambos, dentro da sala de oração é obrigatório entrar descalça e com um lenço na cabeça, e assim o fiz para captar aquilo que era necessário ao trabalho. Normalmente as mulheres fazem as suas orações em casa, ao contrário dos homens que são obrigados a dirigirem-se à Mesquita para o fazer. Salvo as sextas-feitas. Estas para eles são como os domingos para a religião católica. Todas as sextas, homens e mulheres, crianças e adultos, rumam até à Mesquita de modo a fazerem em conjunto (mas em salas diferentes) as suas orações. Esta oração especial acontece a partir das 13h com o primeiro chamamento feito pelo Sheik, após este chamamento, e excepcionalmente à sexta-feira, faz uma palestra, que pelo que percebi parte é feita em português outra em árabe, peço desculpa se estou errada pois não assisti a esta parte porque foi feita na sala dos homens onde não foi possível entrar. Após esta palestra, é feito um novo chamamento, este para alertar que está na hora da oração do dia. Por esta altura já as salas estão cheias de muçulmanos, e aí começam as rezas. Eu não sou a pessoa mais religiosa do mundo, de longe, mas devo dizer que achei muito bonito ouvir aquele chamamento, é totalmente diferente daquilo a que estou habituada, por momentos senti-me num qualquer país muçulmano, senti-me uma completa estranha num mundo que não é o meu.
Começa então a reza, não demora muito mais do que meia hora, pelo menos o tempo parece que passou a voar, e achei muito bonito a oração deles, não entendi o que se dizia, a oração foi sempre conduzida pelo Sheik e foi sempre falada em árabe, mas, e tal como disse, não sou a pessoa mais religiosa do mundo (estou longe disso)  não deixo de achar bonito aquilo que vi, senti-me privilegiada sinceramente, ver a crença de daquelas pessoas, e sinceramente arrepiei-me maior parte das vezes, por mais que não se acredite em algo, é impossível não sentir a força da crença daquelas pessoas, nunca tinha assistido a uma oração islâmica, e provavelmente não vai voltar a acontecer, mas adorei ter tido esta oportunidade.
Foto tirada (por mim ou pela minha irmã) em Konya, Turquia

Tenho aprendido imensas coisas e sei que ainda vou aprender mais, ainda não conversámos com o Sheik, que está responsável por esta mesquita, e é quem conduz as orações, e sei que quando o fizermos vou aprender imensas coisas sobre esta religião que tem tão má fama por esse mundo fora.
Aprendi que a diferença entre o Islão e a religião Católica é abismal, mas ao mesmo tempo não é assim tão diferente, as pessoas é que gostam de pintar essa diferença, e com pessoa digo, aqueles que tal como alguns muçulmanos, acreditam cegamente nalguma coisa e não conseguem ver e aceitar as diferenças culturais e religiosas por esse mundo fora.
 Desde que comecei a fazer este trabalho, vi que são (evidentemente) pessoas como eu, como o meu vizinho do lado ou outra pessoa qualquer e não aquilo que as pessoas, e ironicamente, alguns jornalistas , fazem parecer, pessoas cegas pela religião, radicais, completos selvagens, o que não corresponde de todo à realidade!!
Pessoas assim há em todas as religiões, não acho certo meterem tudo e todos no mesmo saco. Nunca fomos maltratadas, nunca fomos olhadas de maneira diferente, muito pelo contrário, são pessoas impecáveis sempre prontas a ajudar o próximo, sempre que precisamos de alguma coisa para o trabalho eles ajudam na hora, sempre muito acessíveis, jamais nos vamos poder queixar do quer que seja!
Em nada me pareceram aqueles radicais ou loucos que por vezes ouvimos falar na televisão.
É por isto que quero ser jornalista, quero aprender mais, conhecer pessoas diferentes de mim e mostrar como elas realmente são, como é a realidade de cada, e não ir pela opinião de terceiros, quero formar a minha própria opinião, quero aprender por mim mesma, pelas minhas experiências e vivências, e mostrar às pessoas o mundo real, a realidade em si, e não aquilo que me convém mostrar!

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