sábado, setembro 21, 2013

O dia que nos perdemos na Selva

Esta história podia ter sido em Chitwan, mas não, foi mesmo em Pokhara!
O dia parecia promissor (e foi), mas tornou-se numa grande aventura! Eu a Cristina e a Pepa, duas voluntárias espanholas no Rainbow, depois de deixarmos os meninos na escola, combinámos visitar outros dois lagos nas redondezas de Pokhara (10km segundo a Lonly Planet), o Rupa Tal (o mais longínquo) e o Begnas Tal. Sabiamos que ambos estavam a uma montanha de separação, o que não sabíamos era o que ainda estava para vir!
Esta história podia ter sido em Chitwan, mas não, foi mesmo em Pokhara!
O dia parecia promissor (e foi), mas tornou-se numa grande aventura! Eu a Cristina e a Pepa, duas voluntárias espanholas no Rainbow, depois de deixarmos os meninos na escola, combinámos visitar outros dois lagos nas redondezas de Pokhara (10km segundo a Lonly Planet), o Rupa Tal (o mais longínquo) e o Begnas Tal. Sabiamos que ambos estavam a uma montanha de separação, o que não sabíamos era o que ainda estava para vir!
Apanhámos um autocarro em direção a Rupa Tal, devíamos ter ido no que ia para Begnas Tal, mas não quisemos esperar mais 10min, então seguimos nesse. Pouco mais do que uma hora de viagem alucinante no autocarro local (diga-se como autocarro da Carris), mas este pára em tudo o que é sitio, é como um táxi mas mais barato!
Chegadas ao destino, ou quase, dado que, segundo os senhores do autocarro que nos deixaram no meio do nada, tínhamos que andar uns 30 minutos para chegar a Rupa Tal. Mas assim fizemos, metemo-nos a caminho. Paisagens magnificas, tudo muito bonito. Pelo caminho fizemos uma "amiga", uma senhora local que nos acompanhou maior parte do caminho (ou pelo menos até chegar ao seu destino e nos abandonar à nossa sorte). Dissemos à dita senhora que queríamos ir para Begnas Tal, e perguntámos qual o caminho mais adequado para lá chegar a partir dali, Rupa Tal (lago muito bonito, e nada turístico). A senhora disse, em nepalês claro está, que Begnas Tal fica depois da montanha! Bem, nós já sabíamos que ambos estavam separados por uma montanha, pensámos, alugamos um barquito, atravessamos Rupa Tal de barco e é só atravessa a montanha. Fácil! A senhora local levou-nos até uma casa/loja/nãoseibemoqueeraaquilo e em nepalês conversou sabe Deus sobre o quê com a outra senhora. Intervimos na conversa, dissemos que queríamos ir dali para Begnas Tal, se não podíamos alugar um barco e ir até à outra margem para atravessar a montanha! A 2ª senhora levantou-se do chão, e foi não sei onde. Voltou. Não há barco para ninguém, o porquê não sei, não falo nepalês, e nem o meu livrinho, de inglês-nepalês que aqui comprei nos safou. À 1ª senhora local, juntou-se-no um outro senhor, que já falava mais ou menos inglês, que nos explicou: têm de seguir este caminho todo, atravessam a montanha e chegam a Begnas Tal! "Então mas e quanto tempo a andar?" perguntámos nós. A resposta "Umas duas horas no máximo". Nota: Encontrámos diversas pessoas pelo caminho, perguntámos a todas elas quanto tempo de caminho, a resposta foi igual e  qualquer lado: 2horas! Aparentemente aqui levas 2horas a chegar a qualquer lado, é o Nepali time a funcionar!
Continuámos a andar, as 3 mais a senhora e o senhor, e nos entre tantos eles conversavam, em nepalês claro está, no meio tanto conversa ouvimos 2 palavras que nos deixaram alerta, uma jungle (pt.selva) e outra tiger (pt.tigre). Oi? o que é que disseram mesmo?? Ah sim, tenham cuidado, sabem isto é uma selva, aqui há tigres e macacos, têm que ter cuidado! Resposta do senhor que falava mais ou menos inglês!
Caminhámos, caminhámos, o senhor, foi o primeiro a chegar ao seu destino e a abandonar o "barco". Seguimos caminho com a 1ª senhora, que momentos depois, nos abandonou à nossa sorte, no meio da selva! Mas sem antes nos explicar o caminho, em nepalês, e meio que entendemos o que disse, para seguirmos o caminho de terra.
E ali estávamos nós, 3 raparigas, abandonadas à nossa sorte, no meio da selva, a pensar que só tínhamos de andar durante 2h até Begnas Tal! Durante o caminho todo estivemos alerta, a qualquer som que poderíamos ouvir, não fosse um tigre aparecer do nada! Pois tigres! Ia a Cristina à frente, ia eu e atrás a Pepa. Passa a Cristina, e vou eu, a olhar para o chão, vejo um pau preto no chão que por mero acaso quase quase que pisei, qual é o meu espanto, que o pau preto é demasiado grande e gordo, e mexe-se a uma grande velocidade! Era uma cobra! Preta, gigante, gorda e nojenta, que quase pisei, e começou a mexer-se entre mim e a Pepa, tal não foi a gritaria, de uma e da outra (não é difícil adivinhar quem gritou mais!!).
A primeira senhora, tinha-nos falado de uma ponte, que devíamos atravessar! Selva e mais selva depois (sem tigres e sem mais cobras), lá avistámos a ponte, que das duas uma, ou íamos até ela pelo caminho mais longo, ou então atravessávamos campos de arroz e era mais rápido. Como já estávamos cansadas, sem água e sem comida, decidimos ir pelos campos de arroz! Agora vem a parte gira, há sempre uma primeira vez para tudo. Estava eu andar, para variar, não vi o caminho, e no momento seguinte estava eu dentro de água a "nadar" num campo de arroz! Gargalhada geral claro está!
Voltámos para trás, caminhamos mais um bom bocado e lá alcançamos uma ponte, que ia dar a uma escola, numa aldeia com 3 ou 4 casas. Um dos professores (que falava bem inglês, aleluia alguém!), disse-nos que era só seguir o caminho do autocarro e em 30minutos estávamos em Begnas Tal! Esperança, vimos luz ao fundo do tunel! Mas então, isto é uma montanha, não temos que subir ? Não, não sempre a direito-foi a resposta dele. Qual quê, foi a 2ª montanha que tivemos de subir e descer (a primeira foi depois de Rupa Tal até à tal ponte que atravessámos).  Ao menos não durou duas horas!
Mais à frente, no meio da montanha, começámos a a avistar Begnas Tal! Uau finalmente!!
Vimos também uma guesthouse, decidimos parar por lá e comer qualquer coisa. Lá conhecemos um britânico e um sérvio, que vinham de mota desde Pokhara, que nos disseram que até à estação de autocarros de Begnas Tal (o local para onde queriamos ir) eram mais umas (qual não é o espanto) 2 horas de caminho! Yeah right! Conclusão: fomos de barco, até à outra margem, uns 40minutos super relaxantes.
Mas antes, ainda nos sentámos na guest house, com uma paisagem linda a comer. A Pepa avista um gato e diz: Oh look a tiger! E um senhor nepalês muito indignado diz It's not a tiger, that's a cat!! With a mouse on his mouth! and it's alive!! Escusado será dizer, gargalhada geral! A sério que era preciso tanto detalhe quando estávamos a comer ?? Enfim!
Depois da relaxante viagem de barco, lá chegámos ao destino, salvas, e sem encontros com tigres, mas com uma grande história para contar!
Rupa Tal (o 1ºlago) e a suposta única montanha que tinhamos de atravessar, mas afinal eram duas

O campo de arroz no qual caí!
A selva!

Um dos caminhos/escadas que tivemos de subir na 1ª montanha

A ponte que a 1ªsenhora tinha falado que tinhamos de atravessar, era esta!

Begnas Tal e o barco que nos levou ao destino

Autocarro que nos levou a Pokhara com direito a AC (diga-se buracos no chão)

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